sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Páginas


Entre muitas coisas que são escritas,
Entre páginas e páginas lidas
Não existe muito que se possa dizer.
Não existe muito para ler.
Mas escrevo por ser para ti.
Se tudo fizesse sentido,
Se eu tivesse sentido de alguma forma
Que tudo está dito,
Que tudo está escrito,
Não escreveria com certeza.
Essa certeza que é a única que tenho agora,
Que nutro sentimentos contrarios
Ao que a razão me dita.
Difíceis de explicar,
Mas não impossível.
Se o vento te tocar sou eu.
Se a chuva te molhar sou eu,
Não procures abrigo, o que procuras está em mim.
Senhora do meu destino,
Perco o pouco tino que resta quando se trata de ti,
Nem chuva nem vento,
Nem o sobejo doce do mel,
Afastam da memória que lateja,
Os momentos enternecedores
De uma paixão.
Platónica, mas sem deixar de ser paixão,
No mais puro sentido da palavra escrita.
São estas as palavras,
São estas as minhas, as nossas páginas.


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