sábado, 27 de setembro de 2008




Cá estou eu novamente, a olhar para uma página em branco, á espera que me decida colocar algumas palavras sobre a sua superfície, e sinceramente está difícil de sair alguma palavra, quanto mais uma frase coerente.
Não posso dizer que nada tenha acontecido nestes últimos dias, até porque aconteceram coisas bastante interessantes, algumas mais felizes que outras claro, que seria da nossa vida se tudo fosse perfeito…um aborrecimento total.
Á assuntos que não vou mencionar neste diário de hoje, são demasiado íntimos e fortes, e não quero magoar ninguém, não faz parte da minha natureza ferir as pessoas, mas se tal aconteceu desde já lamento muito.
Mas diário, são coisas que acontecem e não posso evitar de manifestar a minha tristeza ou desilusão…felizmente tenho do meu lado pessoas que conseguem fazer com que esses acidentes de percurso sejam minimizados, e sigo em frente.
Bom falemos agora de coisas mais agradáveis, está ai a RC, há pois é, um recinto que durante duas semanas se encontra cheio de gente jovem, bonita, simpática e bem disposta, e acredita querido diário que o meu ego (e não só), tem estado lá em cima. É bom estar com pessoas que á já algum tempo não via. Como sempre e sem excepção, lá foram a três estarolas, nos altos dos seu sapatinhos á procura de diversão, e que diversão!!!
Copo atrás de copo, pessoas que se vão conhecendo, para ser sincera nem me lembro de metade das pessoas que conheci, mas isso deve a um pequeno problema técnico que tenho, para além de fraca memória (ou seja muito álcool), ando sempre a trocar os nomes das pessoas, mas na boa, a coisa até vão passando e é desculpável.
Estou bem e sinto-me bem, e sei que as minhas meninas lindas também e isso é que importa.
O que passou ficou para trás, e tenho de aproveitar o que está aqui de momento e agora, sei que é para mim e vou agarrar, se me esbarrar, esbarrei, não será a primeira vês nem a ultima e tudo faz parte do meu aprendizado, ou pelo menos tento compreende-lo assim, se calhar para ser mais fácil, mas resulta.
O sorriso raramente sai do meu rosto, e, espero que assim continue, que seria de mim e do mundo sem sorrisos, sem o meu e sem o daqueles que mo correspondem, sabe mesmo bem…)
Nem sempre é fácil encarar as coisas assim, mas vale sempre a pena tentar…
Diário, espero voltar a escrever nas tuas páginas o mais breve possível, e claro com boas noticias…

quinta-feira, 25 de setembro de 2008


A Geração dos 80 ( Nuno Markl)]
ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES



A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.
O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer.
'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo?
A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual...
E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.
Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:Ele nunca subiu a uma árvore!
E pior, nunca caiu de uma. É um mole.
Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.
Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.
Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.
Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.

Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente.
No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.

Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.
E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos.
Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.
Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.
Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos.
Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'

(Nota: ...os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!)