quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Até breve


Os pássaros de inverno chegaram, e com eles trazem os dias menos quentes, a chuva e a nostalgia. Fazem vir ao de cima os momentos de tristeza que eu e outras pessoas importantes para mim, temos vindo a passar nestes últimos dias, uma tristeza que nem o vento gélido do norte, tão facilmente vai levar.
Perdi uma pessoa que amava muito, se não uma das pessoas mais especiais da minha vida, alguém com quem gostava de partilhar várias coisas da minha vida, uma pessoa que conseguia trazer alegria aos nossos corações em qualquer momento, ensinou me a dançar a beber e sorrir para a vida, e dizia me sempre “sobrinha esta vida é muito curta, vamos beber mais um copo e dançar”.
Tive pena de não o ter acompanhado mais nestes últimos tempos, nos últimos tempos em que teve de aguentar as tormentas de que todos fugimos, e a maior de todas, de deixar para trás quem ele tanto amava.
São chorados rios de lágrimas de saudade, da tua mulher, dos teus irmãos, dos teus filhos sobrinhos e netos.
Saudades tio, da tua voz, saudades da tua alegria, do teu companheirismo.
Perdoa-me por favor, que quando estive perto de ti nem sequer consegui ir ver te pela ultima vês, mas não queria que me visses chorar, sei que te iria magoar ainda mais, mas também sei tio, que seria um ultimo adeus e eu queria negar isso a mim mesma.
Tio não existe adeus entre as pessoas que se amam, e todos nós te amamos, por isso diremos todos em uníssono, até breve José Maria da Silva Gomes.
E não á pássaro de inverno nem frio gélido que arranque de dentro de nós, o amor que temos por ti.

Até breve…


segunda-feira, 6 de outubro de 2008


When you think you have opened all the windows, and there is no other way to escape from the battles of live, look carefully, see if in one does window’s opened before, there still have light, and in that light someone is looking for you, giving all the forces you need to fight. Without that force aw do you think you were able be were you are?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Silêncio


As palavras desaparecem, apagam-se tal como a brisa fresca da manhã apaga uma vela, o silêncio é a única coisa que fica, não é preciso mais nada…pois no abraço que foi dado nem mil e uma palavras poderão descrever as sensações que desfrutam. Não são só corpos, são expressão, gesto, um profundo mar de emoções, arrepios e suspiros, suor, pele, carne sedenta de desejo. Mãos que percorrem cada centímetro daquele ser inflamado, vigoroso. Os lábios são verdadeiras pérolas de prazer, inconfundíveis na sua textura, cor e sabor, uma língua quente e húmida que provoca ondas incessantes de prazer, espasmos e arrepios, incontroláveis e violentos, saem por todos os poros, como um turbilhão na maré alta. Os membros unem-se, encaixam-se, são perfeitos e perfeita é a sua união, suspiros, suspiros soltos no ar, gemidos abafados…olhos que não escondem o prazer e a sofreguidão, querem mais...o estado febril toma conta destas almas, estão dentro um do outro e dali não querem sair, dão as mão, apertam-nas, como se se pudessem unir ainda mais e com todas as suas forças. Contorcem-se numa esperança vã de conterem a explosão que está restes a culminar dentro deles, mas é impossível travar aquela energia que quer sair como um vulcão incandescente, os corpos contraem, estremecem, perdem o controlo e deixam que uma onda electrizante os percorra sem licença, sem pudor, sem vergonha, apenas puro e somente prazer.

Por: Angélica Gomes

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

E porque existem dias assim...

E porque existem dias assim,
Porque não consigo esconder o óbvio,
Porque os meus olhos não mentem mas sentem
Porque ainda assim á coisas que ainda pesam
Porque não me consigo esconder, sou assim…
Porque se caem é porque têm que cair
E nada as segura, são sentidas...
E porque são minhas só eu as compreendo
As lágrimas…
Ai… sim as lágrimas
Esse liquido salgado e quente
Expressão clara e límpida de dor, alegria…


Por: Angélica Gomes



terça-feira, 30 de setembro de 2008



Sento me debaixo de uma árvore, fecho os olhos, o vento frio do Outono bate suavemente no meu rosto, e trás com ele as folhas secas, amarelecidas e cansadas, e é assim que ás vezes me sinto, cansada e desvanecida, qualquer intempérie pode causar a minha queda, mesmo que seja uma brisa fria. Calmamente começo a respirar de novo, os meus lábios entre abrem-se, e a pouco e pouco o ar entra, dando me novo fôlego, abro os olhos, e, um sorriso surge, sei que não posso deixar me cair como aquelas folhas, tenho de alcançar de novo o meu brilho, desvanecer tem que sair do meu intimo, e no seu lugar tenho de repor o animo de viver. Vou buscar o alimento para as minhas raízes nas coisas que gosto, e é ai que está a minha primavera, nos meus amores, na minha vida e no quero fazer dela. não sei o que quero, mas sei o que não quero, e o que não quero, é ser aquela folha que cais no chão, amarela, triste e sem vida, e assegurar que continuo verde, vigorosa e com muito para dar.
Renascer é um ciclo, e eu estou a entrar num, cheio de vida, amor, paixão e ideologias, a isto chama-se viver.
Por isso, como digo sempre, apaixonem-se muito e amem ainda mais esta vida maravilhosa.

domingo, 28 de setembro de 2008

Eu e as pessoas na minha vida!!!!




É quase uma da manhã, cheguei á pouco a casa e não tenho grande sono, ligo o portátil e apetece-me escrever…e agora sobre o quê?
Sobre as pessoas.
Pessoas que passam ou já passaram pela minha vida, umas menos importantes do que outras mas todas com a sua importância. Todas elas ensinaram ou continuam a ensinar-me imensa coisa. Seria agora difícil enumerar os ensinamentos, mas são dados adquiridos e não posso negá-los, já fazem parte de mim e da minha história, historia e historias que faço questão de partilhar no meu diário ou em poemas que de vez em quando aqui deixo para serem apreciados por quem quiser e se der ao trabalho de os ler, a quem não se der a esse trabalho temos pena, mas devia de prestar mais atenção, faço-o porque acho que partilhar pode ajudar, e ajudar faz parte da minha maneira de ser é a minha natureza, quem me conhece minimamente sabe disso.
Como estava a escrever no início, pessoas, quem são elas, que são essas pessoas a que me refiro?
Poderia chamá-las pelos seus nomes mas não o faço, elas sabem perfeitamente a quem me refiro, porque em algum ponto deste e de outros textos, faço questão de mencionar os feitos que me fizeram caracterizá-las da forma que o faço.
E agora o que me ensinaram?
Ui esta parte pode tornar-se muito complexa e intima, o melhor que posso fazer é provavelmente é agradecer, sim agradecer.
Aqui vai.
Obrigado por me ensinarem que a família é importante, são aqueles que melhor nos conhecem, e embora muitas vezes nos pareça injusto algumas atitudes ou palavras mais fortes, são sempre eles quem estão lá, quando estamos felizes, tristes, ou doentes, que nos acolhem quando não temos para onde ir e não cobram nada.
Os amigos, á os amigos… esses que não menos importantes que a família, nos recebem sempre de braços abertos, que nos ouvem e têm a paciência de nos fazer ver o que aos nossos olhos parece escondido e coberto por uma teia de enganos, a esses agradeço especialmente, se não fossem as horas passadas a conversar, mesmo que trivialidades, não sei o que seria de mim hoje, a vossa companhia, afecto e compreensão abriram os meus olhos, e fizeram com que liberta-se a pessoa que estava escondida e adormecida dentro de mim, por um tempo que agora me parece infinito, e o qual tenho intenção de recuperar, custe o que custar, e sempre na vossa companhia meninasJ
Aos amores, sim aos amores, mesmo que muitas vezes Platónicos, mas sempre mágicos. Com eles descobri que o mundo fica mais bonito, que sorrir ainda é mais fácil e gratificante, estar apaixonada é maravilhoso, quem dera que pudéssemos estar sempre apaixonados, esse sentimento torna-nos mais tolerantes e tudo parece mais fácil, a vida é encarada com outro animo, é sempre um estimulo. Sei perfeitamente que também não dura para sempre esse estado de embriagues, mas também sei que o posso prolongar, sim claro que posso, pensem bem…não pode a vida ser uma paixão?
Agradeço também aqueles que me magoaram, que me traíram, que me julgaram erradamente e me deixaram de rastos ao ponto de não querer viver, sim infelizmente aconteceu, essas pessoas são capazes de nos fazer crer, que não somos nada, que somos insignificantes, tais como formigas que podem esmagadas por um pé cruel. Senti-me muitas vezes humilhada e descriminada. Agradeço sim, porque por isso e muito mais, decidi levantar a cabeça e ver-me ao espelho, e quando o fiz vi-me finalmente como sou. Ergui a cabeça e deixei cair as últimas lágrimas, chorar não me levava a lado nenhum, apenas fez – me perder tempo com coisas que não valiam a pena, se voltar a verter lágrimas, deveram de ser por algo que realmente valha a pena. Graças a elas voltei a ter vontade de arriscar, sem medo, a começar por me libertar do que me prendia ao passado, e me impedia de seguir a minha estrada e não a dos outros, e redescobrir que também tenho vontades próprias, sonhos e desejos. Não sei onde a estrada de leva, mas não é a vida um risco?
Poderia continuar a escrever e a agradecer, mas são tantos os agradecimentos…
Limito-me a deixar aqui o meu pensamento e o meu testemunho, e espero que de alguma forma possa contribuir, para quem o ler, que como eu, e apesar de todas as adversidades, possam encarar a vida com outros olhos, e vivê-la principalmente, isso é o mais importante, viver.
Por isso, por tudo o mais e como sempre digo.
Apaixonem-se muito e amem ainda mais esta vida maravilhosa.
Fiquem bem.
(hey onde estão os sorrisos?)

sábado, 27 de setembro de 2008




Cá estou eu novamente, a olhar para uma página em branco, á espera que me decida colocar algumas palavras sobre a sua superfície, e sinceramente está difícil de sair alguma palavra, quanto mais uma frase coerente.
Não posso dizer que nada tenha acontecido nestes últimos dias, até porque aconteceram coisas bastante interessantes, algumas mais felizes que outras claro, que seria da nossa vida se tudo fosse perfeito…um aborrecimento total.
Á assuntos que não vou mencionar neste diário de hoje, são demasiado íntimos e fortes, e não quero magoar ninguém, não faz parte da minha natureza ferir as pessoas, mas se tal aconteceu desde já lamento muito.
Mas diário, são coisas que acontecem e não posso evitar de manifestar a minha tristeza ou desilusão…felizmente tenho do meu lado pessoas que conseguem fazer com que esses acidentes de percurso sejam minimizados, e sigo em frente.
Bom falemos agora de coisas mais agradáveis, está ai a RC, há pois é, um recinto que durante duas semanas se encontra cheio de gente jovem, bonita, simpática e bem disposta, e acredita querido diário que o meu ego (e não só), tem estado lá em cima. É bom estar com pessoas que á já algum tempo não via. Como sempre e sem excepção, lá foram a três estarolas, nos altos dos seu sapatinhos á procura de diversão, e que diversão!!!
Copo atrás de copo, pessoas que se vão conhecendo, para ser sincera nem me lembro de metade das pessoas que conheci, mas isso deve a um pequeno problema técnico que tenho, para além de fraca memória (ou seja muito álcool), ando sempre a trocar os nomes das pessoas, mas na boa, a coisa até vão passando e é desculpável.
Estou bem e sinto-me bem, e sei que as minhas meninas lindas também e isso é que importa.
O que passou ficou para trás, e tenho de aproveitar o que está aqui de momento e agora, sei que é para mim e vou agarrar, se me esbarrar, esbarrei, não será a primeira vês nem a ultima e tudo faz parte do meu aprendizado, ou pelo menos tento compreende-lo assim, se calhar para ser mais fácil, mas resulta.
O sorriso raramente sai do meu rosto, e, espero que assim continue, que seria de mim e do mundo sem sorrisos, sem o meu e sem o daqueles que mo correspondem, sabe mesmo bem…)
Nem sempre é fácil encarar as coisas assim, mas vale sempre a pena tentar…
Diário, espero voltar a escrever nas tuas páginas o mais breve possível, e claro com boas noticias…

quinta-feira, 25 de setembro de 2008


A Geração dos 80 ( Nuno Markl)]
ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES



A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.
O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer.
'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo?
A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual...
E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.
Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:Ele nunca subiu a uma árvore!
E pior, nunca caiu de uma. É um mole.
Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.
Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.
Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.
Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.

Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente.
No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.

Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.
E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos.
Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.
Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.
Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos.
Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'

(Nota: ...os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Voltar no tempo.




Existem muitos momentos na minha vida em que desejo que o tempo volte para trás, sinto tanta falta de voltar a ser criança. Não fui uma criança com muitas regalias, e felizmente que assim foi, hoje dou muito valor a tudo aquilo que consigo graças á humildade com que fui criada, mas foi-me dado muito amor, a mim e aos meus irmãos. Temos uma família grande, com imensos primos, todos pessoas especiais. Crescemos juntos, entre brincadeiras e descobertas. Lembro-me perfeitamente da maior parte das brincadeiras que tinha-mos, muitas delas surgiam do nada, porque muitas vezes era esse nada que nós possuía-mos materialmente, mas felizmente o nosso interior era cheio de imaginação e uma enorme vontade de brincar, e por longas horas a nossa imaginação voava, e levava-nos a lugares incríveis, onde não nos faltava nada, nem carro, nem boneca, e entre casas cheias de luz e coisas bonitas, qual sitio do Pica Pau Amarelo, o nosso sitio era o melhor do mundo.
E sem falar das longas tardes de praia, passadas dentro de água a tentar fazer frente ás ondas, só saia-mos da água quando os dedos estavam mais enrugados que uma passa de uva, e ai estendíamo-nos sobre a areia quente a fitar o sol á espera de aquecer de novo para voltar a sentir o sal do mar.
Serões de Verão passados a contar e desvendar segredos uns dos outros, cada conversa era especial, e tudo era segredo por isso sussurrávamos cada palavra que saia das nossas bocas sedentas de conhecimento, ou a contar historias de fantasmas que ouvimos os mais velhos contar na noite anterior, assustando os mais sensíveis. Lábios que se juntaram num primeiro beijo, acendendo a primeira paixão numa brincadeira inocente, gargalhadas soltas no ar que nunca deixam morrer a alegria de ser adolescente.
Coisas simples e fáceis de obter, sem complicações, apenas acreditava-se que era possível tudo o que quisesse-mos existisse, e ai as nossas cabecinhas soltavam as amarras como quem desfaz um laço de cabelo mal atado, e voa para bem longe, e sempre com um sorriso nos lábios, porque sabia-mos que apesar de tudo, por detrás dos que os olhos podem ver, existe um mundo, vasto, onde se pode ser aquilo que quiser como quiser, sem dar satisfações ou explicações, um mundo que só nós temos a chave, para poder entrar e sair sempre que nos apetecer, e sempre que este em que vivemos nos desiludir.
Era duro quando tinha-mos de voltar á realidade, e a lamuria era sempre a mesma, “mãe só mais um bocadinho, pode ser?”, mas ao lembrar que podia-mos voltar sempre que nos apetecesse, um sorriso cúmplice era esboçado nos nossos rostos, e o brilho nos olhos era reavivado “adeus prima até o próximo fim-de-semana”.
Isto é ser criança, isto é ser feliz, é disto que eu sinto falta.















quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Querido diário.

Digamos que o que escrevo hoje é um pouco diferente do que foi escrito no desabafo anterior, as coisas felizmente resolveram-se se mal entendidos foram desfeitos (para minha satisfação), e acima de tudo espero que desta vês dê tudo certo, pelo menos penso que tudo esteja a ser feito nesse sentido, não quero criar expectativas, mas também quero viver com um pouco mais de intensidade tudo o que esta a acontecer e o que esta para vir a acontecer. Sinceramente estou sem palavras, e é me um pouco difícil de descrever o que sinto, nunca tinha vivido uma situação assim, não sei se estarei a confiar demasiado, afinal somos estranhos, nunca vimos os nossos rostos pessoalmente, mas existe uma cumplicidade nas nossas palavras como eu nunca tive com ninguém, quero deixar-me ir e ver onde a maré me leva, e quero que me leve a bom porto.Eu preciso que me leve a bom porto.
Não quero deixar uma imagem minha de uma pessoa inconsequente, apesar de saber que me estou a atirar de cabeça, mas sim de uma pessoa que acredita que coisas boas podem acontecer, e isto tem sido muito bom para mim, eu sinto-me viva, desejada, e com vontade de partilhar esse desejo, com quem me faz sentir assim, não estou a querer nada de mais, apenas momentos bons…Não consigo dizer mais nada, faltam-me as palavras, pode ser que daqui as uns dias consiga arranjar os adjectivos adequados, e que de certa forma vos faça sentir com as minhas palavras o que sinto agora.

Fiquem bem.

Apaixonem-se muito, e amem ainda mais esta vida maravilhosaJ

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Na margem do rio piedra eu sentei e chorei.


Conta a lenda que tudo o que cai nas águas deste rio - as folhas, os insectos, as penas das aves - se transformam nas pedras do seu leito.Ah, quem me dera que eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atirá-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças.Nas margens do rio piedra eu sentei e chorei. O frio do inverno fez com que sentisse as lágrimas na face, e elas misturaram-se com as águas geladas que corriam diante de mim. Em algum lugar, este rio junta-se a outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas as águas se confudem com o mar.Que as minhas lágrimas corram assim para bem loje, para que o meu amor nunca saiba que um dia eu chorei por ele. Que as minhas lágrimas corram para bem lonje, e então eu esuqecerei o rio Piedra, o mosteiro, a Igreija nos Pirineus, a bruma, os caminhos que percorremos juntos.Eu esuqecerei as estradas, as montanhas e os campos dos meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia.Eu lembro-me do meu instante mágico, daquele momento em que um "sim" e um "não" podem mudar toda a nossa existencia. Parece ter acontecido há tanto tempo e, no entanto, faz apenas uma semana que encontrei o meu amdo e o perdi.Nas margens do Rio Piedra escrevi esta historia. As mão ficavam geladas, as pernas entorpecidas pela precisão que eu precisava parar a todo o instante.- Procure viver. Lembrar é para os mais velhos - dizia ele.Talvez o amor nos faça envelhecer antes da hora e nos torne jovens quando a juventude já passou. Mas como não recordar aqueles momentos? Por isso escrevia, para transformar tristeza em saudade, a solidão em lembanças. Para que, quando acabaçe de contar a mim mesma esta historia, se pudesse lançar no piedra - assim me tinha dito a mulher que me acolheu. Para que então - lembrando as palavras de uma santa - as águas pudessem apagar o que o fogo escreveu.Todas as historias de amor são iguais.(Paulo Coelho - Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei)

Momentos de Paixão


À chegada de uma estranha, olhares que se cruzam pela primeira vez. As vozes trémulas e as incertezas no ar. O primeiro toque... o primeiro beijo no rosto... um suave aroma a rosas que paira no ar.
A respiração acelera e o coração dispara, e num olhar, a cumplicidade transparece esboçada num sorriso tímido. Em gestos, está tudo lá. Tudo o que foi dito, todas as vontades, todas as revelações…

Um toque desastrado que faz arrepiar a pele... Ficam sem ar e o tempo pára. Não sabem durante quanto tempo, mas querem que dure para sempre.

Os rostos unem-se suavemente e não querem desviar o olhar um do outro. Tudo parece irreal, mas os seus lábios estão demasiado ávidos de desejo para se resistirem durante muito tempo. E selam num beijo, que tem tanto de ardente e apaixonante como de afectuoso e meigo. As mãos tocam as faces para terem a certeza de que é real. Ela acaricia-o, prende-o, não o quer deixar, mesmo que tudo não passe de um sonho.

E finalmente num abraço sentem os seus corpos por completo. Fortes e cheios de vida, vida que transborda sensualidade e desejo, que nem mesmo as sete chaves dos sete céus conseguem conter. Querem-se libertar e entregar um ao outro e nada naquele momento os vais deter. Ali não existe nem consciência ou pudor. Apenas a vontade de se possuírem e de se amarem. A respiração torna-se cada vez mais ofegante e nada os faz parar. Não precisam de apresentações, ambos já sabem o que querem um do outro.

As mão dele percorrem cada centímetro daquele corpo de mulher, um corpo que deseja ser tocado, acariciado e deixa-se levar nos braços da luxúria. E do prazer. Ele sente a sua pele perfumada e beija-a… os seus seios estão duros de prazer e pedem mais, são estimulados por mãos fortes, gemidos que saem da sua boca a cada segundo. Ela sente o seu bafo quente a percorrer a sua barriga trémula, estremece…

Os lábios voltam a unir-se, mas desta vez mais sedentos e ansiosos. Ele penetra-a, devagar, olhando-a nos olhos, olhos que se deleitam com o frenesim a que se entregaram. Finalmente sente-o dentro dela, quente, forte e vigoroso. Gritos mudos saem das suas bocas ao se sentirem dentro um do outro. Movimentos intensos e lentos fazem escorrer suor pelos seus rostos. Fecham os olhos e sabem que mesmo assim não precisam de dizer mais nada, sabem que finalmente são um do outro.

Movem-se docemente, aquele momento é importante, e mais uma vez desejam que o tempo pare, e que a realidade seja um sonho distante. Mas o êxtase está perto e não têm como se conter. E num abraço chegam juntos ao culminar daquela aventura : unidos selam a paixão com um beijo, fecham os olhos e sabem que são só eles dois e mais ninguém…e a história começou assim…


Por:Angélica Gomes

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Behind the clauds


I can see my angel behind the clouds
Shining like a star
Strong and firm like a rock
Smiling for me
And singing a song
He is telling me that you´re real
You do exist
To make me happy
And all the tears that a cried
Dried with the sun lights
Warming my face and my earth again

Por: Angélica Gomes

A declaração de amor.





…aconchegado
Por uns braços meigos e quentes
Suaves como cetim
Envolventes como algodão
E num suspiro leve e solto dormes o sono dos anjos
Sorridente e calmo
Apaixonante e quente
O corpo é como um lençol
Abraçando as almas carente
Ardentes de paixão
Respira suspira
Dentro de uma redoma
Que te toma e agarra
És meu
Sem tréguas ou limites e deixas te levar
Sem medo
Se eu te disser ao ouvido
Quase a sussurrar
Que a noite pode não ter fim
E as estrelas brilham só para nós
Ficas deitado a meu lado
E o amanhã não existisse
Apenas nos
A lua e a imensidão do universo celestial
Se eu te contasse
Se eu te confidencia se
O que as arvores as flores e o rio me confessaram
Que tudo somos nós
E que nós somos um todo
Ficarias ao meu lado quieto
Velando o meu sono
E mirando o meu sorriso
Ai se o planeta conspira que conspire sobre nós
Que conspire e me revele finamente que nós somos e o que somos
A dança que faço para ti e para o universo
Plena de sensualidade
Agradeço a sheckinah
A bênção de ser tua
Queres sentir essa dança
Como se entrasses dentro de mim
E possuis o que de mais puro eu tenho
Dou a minha alma o meu ser
É tudo teu
É tudo meu
É tudo nosso
Numa união sem medo
Sem vergonha ou desdém
Assim como se fez o mundo

Que se faça o amor e a vida entre nós.
Por: Angélica Gomes
(obrigado A)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Amantes




O meu sorriso ó minha alma é só teu,
Só teu é o meu desejo,
Só teu é o meu corpo.
Abraça-me e deixa-me sentir o teu peito junto ao meu,
Livre de pudor e vergonha,
Quente e forte
Quero sentir a tua respiração bem perto de mim,
E tocar a o teu rosto só mais uma vez
Envolve-me beija-me, dá-me tudo, e leva tudo
Deixa apenas ficar o momento
Para que as nossas almas o possam reviver vezes sem conta
E alimentarem-se até se sentirem saciadas.
Se eu pudesse mantinha-te sempre dentro de mim
Aconchegado num ninho de emoções
Carnais, espirituais e possessivas
Sem ferir carne ou espírito
Somente deixando as marcas da paixão
Como que tatuadas suavemente sobre a pele
Ardente de desejo
Desejo que sinto e não consigo esconder
Ó minha alma vem e leva-me
Para além da lua e do sol
Deixe-mos apenas para trás
O pó de estrelas que brilham por nós
E brindam ao reencontro de dois amantes.



Por:
Angélica Gomes
(dedicada aos amantes)

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Finalmente livre.






Hoje fui passear á beira-mar. Molhei os pés na rebentação das ondas, e caminhei sem destino e sem contar o tempo. Caminhei de cabeça vazia, desprovida de pensamentos ou questões, de olhar distante e cristalino apenas deixando para trás os meus passos na areia. Ao acordar daquele transe dei por mim num mar imenso de memórias perdidas, coisas que não quero me lembrar, que quero esquecer. Entrei dentro das águas frias mas calmas, a cada passo que dava para dentro daquele negrume, profundo e gélido, tinha a certeza do que queria fazer. Finalmente mergulhei, como que caminha para uma morte suave e indolor, suspendendo a respiração como quem quer suspender a dor, entrei nas águas que me iriam purificar. Senti cada osso do meu corpo gelar, mas estranhamente não senti dor ou frio nem vontade de respirar, deixei que o peso do negro que me envolvia cada vês mais me levasse para as suas entranhas, obscuras e intensas.
Desço cada vês mais fundo, e finalmente os meu pés tocam o fundo, sinto entre os dedos a areia fina, abro os olhos e olho para cima, a única coisa que vejo é a luz da lua, cheia na sua imensidão, tudo á volta é escuro e sombrio, nada é belo nada reluz ou mexe sob aquele luar, nem mesmo eu, o meu corpo fica inerte e não se move, nem tem vontade de se mover, só quer ficar ali, escondido do mundo, com os seus medos, segredos e agonias. Penso em gritar e soltar ali tudo o que de mão me aflige, mas a minha boca nem se move, já nem tenho ar nos pulmões, nem sinto falta dele, respirar para quê? Penso.
Não sei quanto tempo fiquei ali, imóvel e estática, a única coisa que sei é que a cada minuto que passava sentia me mais leve, cada pensamento era levado pela água e limpava-me por dentro. Ate que finalmente deixei de sentir medo, dor ou outro qualquer sentimento menos feliz, as águas finalmente aclararam, e abriram para eu poder passar e sair do seu fundo azul.
Quando cheguei á superfície, não senti nem ar nem brisa, tudo estava estranhamente calmo e sereno.
Levitei-me sobre as águas, olhei para baixo, e vi. O meu corpo, no fundo do mar, a sondar a lua, vidrados e sem vida, assim como tudo o que me acompanhava.
Agora sim era livre.

Por: Angélica Gomes.





segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Paixões


Uma vez leram-me futuro, disseram-me que ia ter um amor platónico, tive vários.
Sou uma pessoa de paixões e amores, alguns vagos outros mais intensos, mas não passam todos de paixonetas, de emoções momentâneas, que aquecem o coração por breves momentos. Mas é tão bom ter estas paixões passageiras, é como em cada uma delas estivéssemos a experimentar um bombom. Imaginem uma caixa de bombons, perfumada, onde cada um deles vem embrulhado num papelinho delicado, que aos poucos se vai abrindo, deixando passar as emoções e expectativas, perfumando o ar com o odor a chocolate, tentado adivinhar o que vai lá dentro. Dá-se a primeira dentada, delicada e suave, não queremos ter surpresas desagradáveis, e saboreia-se para não ter-mos dúvidas de que realmente aquele é um recheio que nos agrada. Se nos agradar o resto do bombom acaba por se derreter lentamente na nossa boca, apreciando cada momento, deixando que o nosso paladar nos diga finalmente quando podemos provar o bombom seguinte…

O sabor do sal




Sai do trabalho, e não me apetecia ir para casa cedo, como a tarde estava agradável e sentia-se aquela brisa morna primaveril, decidi ir até á praia dar um passeio á beira-mar. Escolhi uma que á partida saberia que estaria pouca gente, e assim sentir-me-ia mais á vontade, mas a verdade é que estava praticamente deserta, ainda melhor.
Comecei a dar uma caminhada perto da água, adorava sentir os grãos de areia a trespassarem-me os dedos dos pés, fazem-me cócegas de uma maneira muito agradável e suave. Comecei a sentir calor, e decido sentar-me na borda da água e deixar que as ondas me tocassem ao de leve, para me refrescar um pouco, de repente dei por mim a lembrar-me da minha infância, toda a minha vida conheci aquela praia, e sempre teve algo de especial para mim. A casa dos meus pais era perto dali, e durante o verão, não havia dia nenhum que eu não passasse por ali para dar um mergulho, naquelas águas azuis e límpidas. Passava as férias de verão com uns primos que vinham do norte, ficávamos tanto tempo ao sol que a nossa pele ficava escura e os cabelos completamente loiros, parecíamos surfistas. Havia também um miúdo que de vez em quando vinha ter connosco para jogar volei ou raquetes, acho que o nome dele era Pedro, sim Pedro era esse o seu nome. Eu sempre lhe achei imensa piada, porque era capaz de ficar horas a olhar para mim, mas nunca me dirigia palavra directamente, eu apenas sorria-lhe e ficava deliciada ao reparar que corava cada vês que o apanhava em flagrante. Lembro-me que era magro e alto, acho que tinha olhos verdes, mas nunca tive a certeza porque a maior parte do tempo estavam escondidos por detrás dos óculos que usava, tinha sempre muitas borbulhas típicas da puberdade, e que lhe davam ainda mais um ar de totó.
Que seria feito daquele rapaz, por onde andaria?
Olhei em volta para ver se estaria mais alguém por ali, pois apetecia-me entrar naquelas águas e banhar-me um pouco. Depois de me certificar que não haveria ninguém por ali, tirei a roupa e mergulhei apenas de langerie. E dei graças a deus de naquele dia ter vestido boxers.
Soube-me bem mergulhar naquele imenso azul profundo, era como se estivesse a lavar o meu corpo e a minha alma das impurezas daquele dia.
Quando voltei á superfície, e olhei para a direcção em que tinha deixado as minhas coisas, reparei num vulto de pé a olhar para mim. Fiquei assustada, pois estava numa praia deserta sem roupa e parecia que um tarado estava só ás espera que eu saísse da água para me atacar. O que é eu ia fazer agora, se grita-se ninguém me iria ouviria, se saísse da água corria o risco de ser atacada e se fica-se dentro de água corria o risco de ter um ataque de hipotermia. E foi então que eu ouvi alguém a chamar pelo meu nome:
-Laura, és tu?
Aquela voz era-me familiar, mas não conseguia me lembrar quem era.
-Sim sou eu – respondi quem é o senhor?
-Não te assustes, sou eu o Pedro, lembras-te de mim?
O Pedro, Não era possível, como poderia eu estar a pensar nele e aparecer-me assim do nada.
-Sim sabe quem és, será que te podias virar de costas para eu poder sair da água? É que eu não estou muito apresentável, se é que me entendes?!
-Ok eu viro-me, podes sair.
Hesitei um pouco mas tinha que sair dali, já estava a ficar gelada, sai calmamente e vesti-me á pressa. Enquanto me vestia não tirava os olhos daquele homem que já não via á alguns anos, e que não estava a reconhecer minimamente. Lembrava-me de um Pedro magro e franzino, aquele que estava diante de mim era mais alto e bem constituído.
-Já estou vestida, podes te voltar.
Quando se virou, reconheci de imediato aquele olhar tímido, embora agora não usasse mais óculos, mas aqueles olhos verdes eram inconfundíveis.
-Meu deus, estás tão diferente!!! Se me cruzasse contigo na rua não te reconheceria, como estás?
-Eu estou muito bem, estava a passear pela praia quando te vi chegar, e decidi dizer olá.
-Fizeste bem, sabes estava a pensar em ti.
Ao dizer isto reparei que tinha corado, tal qual como quando éramos miúdos, e isso fez-me sorrir.
-Não é preciso corar – disse tentando encontrar o seu rosto, que teimava em esconder.
-Pois como quando éramos garotos não é? Sabes tu sempre me deixaste inconfortável.
-Eu sei, eu sempre soube que tinhas uma paixoneta por mim.
-Paixoneta?! Sempre foi mas do que uma paixoneta de crianças. Eu sempre fui doido por ti Laura.
Desta vez quem corou fui eu, não estava á espera de ouvir uma declaração daquelas, ainda por cima com a intensidade com que me disse aquilo, o seu tom de voz era grave e ao mesmo tempo magoado, parecia que tinha guardado uma angústia enorme durante todos aqueles anos.
-Estou sem palavras Pedro, primeiro que não estava á espera de te ver aqui, segundo…
Ficou um silêncio constrangedor, eu nem conseguia dizer palavra, apenas o meu coração começou a bater mais forte, mas não estava a perceber porquê. Ele começou a aproximar-se de mim e a olhar-me fixamente, a minha respiração tornou-se cada vês mais ofegante, estava a deixar-me nervosa.
-Por favor Pedro não faças isso, peço-te.
-Não faço o quê?
Agora conseguia sentir a respiração dele junto da minha testa, quente e húmida.
-Sabes á quanto tempo eu desejei estar assim perto de ti ? Sabes quantos anos andei a sonhar em estar perto de ti e sentir o teu cheiro? Tu tens o cheiro do mar, a tua pele é salgada, deixa-me provar desse sal que me provoca tanta sede.
E beijou-me com intensidade, não consegui reagir, o meu corpo não deixou, decidi deixar-me levar, ao sabor das ondas daquele beijo.
O som das ondas do mar embalou-nos naquele borbulhar de beijos, envolvendo-nos na espuma da paixão, um calor e desejo fortes tomaram conta dos nossos corpos, e entrámos nas águas do prazer, sem medo, apenas com ansiedade de nos molhar-mos em prazer, profundo como o oceano.
Entrámos para dentro de água como viemos ao mundo, nus de roupa e nus de vergonha, sabia-me bem sentir os meus seios a tocar no corpo dele, o seu abraço protegia-me fazia-me sentir como se não houvesse mais nada no mundo, apenas nós o mar e aquele momento. Senti-lo dentro de mim fez-me gemer de prazer, prazer como há muito não sentia, um frio na barriga fazia o meu desejo de ser possuída crescer ainda mais, os movimentos da nossa paixão misturavam-se com a ondulação das águas, formando uma alma só, que culminou num grito uníssono de prazer.





Por:
Angélica Gomes

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Um anjo nas sombras parte II

Do outro lado da cama estava uma bandeja com comida, só ai me dei conta que já não me lembrava da última refeição que tinha feito, comi com gosto sabia-me bem repor energia já para não dizer que a comida estava deliciosa.
Depois de comer senti-me ainda um pouco cansada e decido deitar-me mais perto da lareira num sofá que ali se encontrava e adormeci quase de imediato.
Quando voltei a acordar já não estava sozinha, ele estava sentado perto do fogo, a brincar com as brasas que estavam na beira da lareira, fiquei muito quieta a olhar para ele, queria ver se percebia quem era e o que queria de mim, a claridade das chamas formavam estranhas manchas no seu rosto, umas vezes mostrando-o mais e outras vezes escondendo-o de novo nas sombras, formando uma nuvem de mistério sobre a sua face marcada.
Lentamente foi-se apercebendo de que já tinha acordado e que estava a observar, sem olhar para mim, e num tom de voz grave perguntou se me sentia melhor.
Não sabia se respondia ou não, não o conhecia nem sabia o que queria de mim, mas como estava a ser tão hospitaleiro e até á data não tinha mostrado qualquer outro interesse em mim, decidi responder.
-Sim sinto-me melhor.
Após a minha resposta ficou um silencio mordaz, ele continuou a brincar com as brasas e eu fiquei a admirá-lo e atentar imaginar como seria o seu rosto, já que só o tinha visto de perfil, queria saber como tinha feito aquela cicatriz horrenda, e por mais estranho que parecesse sentia-me cada vez mais confortável ao lado dele naquele espaço. Resolvi então que estava na hora de saber finalmente como tinha ido ali parar.
- Peço desculpa, mas eu estou um pouco baralhada como deve de calcular, na minha cabeça só passam flashes muito turvos, e não consigo coordená-los para perceber como vim aqui parar. Por favor será possível que me dissesse o que aconteceu?
Durante uns breves minutos não disse nada, continuou a sua brincadeira, como se eu não tivesse dito nada, esperei pacientemente até que se decidisse finalmente responder á minha questão.
- O que lhe aconteceu não sei, a única coisa que sei é que a encontrei á já alguns dias atrás, desfalecida na mata, perto da minha casa, já devia dês estar lá á pelo menos um dia, pois quando a encontrei estava tão gelada que nunca pensei que sobrevivesse.
- Desmaiada? Mas como é que eu vim ter a este sitio, eu não me lembro de nada, apenas me recordo de abrir os olhos me sentir tonta, de o ver a si e depois fugir.
- Pois a atitude menos sensata que teve desde de que a trouxe para aqui, mas é relevante já que nem sabia onde estava, o que lhe tinha acontecido, e ainda por cima depara-se com uma aberração!
-Desculpe não foi a minha intenção, mas entenda a minha posição, estou muito confusa!!!
- Não se preocupe eu entendo-a perfeitamente, sou um monstro, mas antes de o ser também fui gente como você.
E ao dizer isto pousou a vara com que fogueava o fogo e levantou-se.
Era um homem de porte médio mas bem constituído, vestido com roupas largas e escuras, como que para além de tentar ocultar a sua face, também estivesse a esconder a alma através do negro, a cabeça permanecia baixa, e os cabelos negros não deixavam vislumbrar nem mais um milímetro do seu rosto para além do que já tinha visto, e num impulso e sem saber porquê, levantei-me também, e ficamos frente a frente.
Ele parou como que congelado, estávamos tão perto que conseguia sentir a sua respiração a aumentar de ritmo, não conseguia olhar para mim, parecia que estava embaraçado com proximidade e não sabia como reagir a ela. Eu deixei de ter medo daquela figura sombria, e no lugar de um sentimento de medo e desconfiança, veio um misto de compaixão e gratidão, e então quis ver com mais clareza o rosto do homem que me salvou.

Um anjo nas sombras parte I

Estou a correr numa mata, quente e abafada, sei que fujo de algo mas não sei de o quê, olho em volta e não consigo distinguir nada, a vegetação densa mal me deixa ver colocar os pés, começa a chover as gotas são grossas e caem com força, fico completamente ensopada, a roupa que trago fica colada ao meu corpo dificultando os meus movimentos, e começo a sentir que estou a ficar mais lenta a correr, o esforço é demasiado e começo a querer desistir de fugir.
- Não, não posso parar agora.
Penso enquanto vou buscar mais energia dentro de mim, para tentar sair dali para fora, mas do que andaria eu a fugir, porque é que algo me impelia a correr pela minha segurança?
Corro mais uns metros, mas tropeço e caio no chão enlameado, quando me levanto reparo que apenas trago uma camisa de dormir vestida, e que todo o meu corpo se tornou visível á chuva.
- Mas afinal o que se passa, porque é que estou vestida assim? De o onde é que eu venho?
De repente alguns flashes vieram á minha cabeça, era como estivesse a ver um filme, mas aos retalhos, muito turvos e confusos. Via-me a mim própria deitada numa cama enorme, sonolenta, mas consciente, o quarto era enorme e frio, aprecia um daqueles quartos medievais, todos feitos em pedra, de repente uma porta abre deixando apenas passar um pouco de luz por breves momentos, ficando tudo novamente escuro ao aparecer uma sombra enorme. Não consegui ver a cara, estava muito escuro e a minha visão estava um bocado turva, aproximou-se de mim lentamente, os seus passos eram pesados e pausados, como se quisesse torturar-me ainda mais com aquele suspense.
A cada passo que dava a minha respiração era cada vez mais acelerada, mal me conseguia mexer, não conseguiria fugir daquela sombra mesmo que quisesse, ele poderia fazer comigo o que bem entendesse que eu não iria oferecer qualquer resistência.
Finalmente chega á minha beira e mesmo tão perto torna-se difícil ver quem é, cabelos negros cobrem o seu rosto, apenas consigo ver uns olho castanhos escondidos, parecem mais assustados do que eu, mas também curiosos e maliciosos. Uma brisa sopra de surpresa e chega até mim um cheiro a rosas que provem de uma jarra cheia delas que se encontra na minha cabeceira, as minhas flores favoritas, como é que ele sabia?
A brisa descobre mais um pouco o seu rosto, e vejo uma cicatriz que marca a sua sobrancelha, é enorme e desfigura-lhe o rosto, assusto-me e dou um grito que o assusta também e faz com que abandone o quarto correr deixando a porta aberta, vejo ai a minha hipótese de fuga.
Agora lembro-me, mas quem seria aquela criatura? Não queria saber, só queria fugir, e enquanto me erguia de novo e corria dali para fora, vinham-me perguntas á cabeça, como por quanto tempo estive eu longe do mundo? Será que alguém procura por mim? Como é que vim aqui parar? Estava completamente confusa, não estava a entender nada.
De repente oiço passos a correr na minha direcção, olho em volta mas nem sombra, os passos param e quando olho em frente, dou de caras com o homem sombra, acabo por desmaiar de cansaço já não tenho mais forças para fugir.

Quando volto a acordar, estou novamente no quarto, desta vês está quente alguém acendeu a lareira, estou seca e aconchegada, as rosas ainda estão lá, não sei porquê sinto-me bem, sem medo.

Um anjo nas sombras parte III

Levantei a mão suavemente, até chegar ao seu rosto, os meus olhos procuravam os dele, na ânsia de obter uma permissão para o tocar, como não reagiu continuei a minha demanda á procura de uma face que se esconde num véu negro. Toquei primeiro os seus cabelos, negros como a noite e suaves, o que me fascinava era a cicatriz e era para lá que os meus dedos se dirigiam até que a sua mão grande e forte me suspendeu, agarrando a minha com força, ai finalmente olhou nos meus olhos, eles não demonstravam qualquer sinal de violência, mas sim de medo e de duvida, era como se me pergunta-se o que estava a fazer, e para o não magoar. Não sei me magoou, pois não senti nada, estava completamente enfeitiçada pelos seus magníficos olhos castanhos, enormes e expressivos, transparentes como a sua alma, neles qualquer pessoa conseguia desbravar o seu ser, dai escondê-los atrás dos seus cabelos, penso que cicatriz não era a única coisa que queria esconder e entendi naquele momento porquê, e disse-lhe:
-Não o vou magoar de maneira nenhuma, deixe-me vê-lo, permita-me que olhe de frente o homem que me salvou e o veja, em essa sombra negra que o envolve.
Aos poucos senti que relaxava a mão soltando a minha, que de novo se estava livre para explorar aquele rosto que me atraía e perturbava ao mesmo tempo. Finalmente toquei-lhe a face, estava quente por causa do fogo, aproximei ainda mais o meu corpo ao dele, até sentir que nos tocávamos por completo. Passei a mão pela cicatriz, senti a pele á sua volta, fina e delicada, comecei a pensar qual seria a sua história, mas não queria estragar o momento com palavras banais, começava na fonte, passava pela sobrancelha grossa e espessa, marcando até ao maxilar apenas num dos lados, por pouco não atingindo o olho. Depois pousei a mão na sua testa e acariciei toda a sua face puxando o cabelo para trás e deixando de nu toda uma face, marcada por um infortúnio do destino, era grande a sua marca, sim, mas existia uma enorme beleza naquele homem, que cada vês me fascinava mais e me atraia. Levantou mais o rosto e agora estávamos cara a cara, qual bela e qual monstro.
Era como se tivesse perdido toda a vergonha, e deixou finalmente que o visse, baixou a guarda e permitiu que entrasse na sua alma, a sua face iluminou-se e deixou de ser aquela sombra que me perseguia, para se transformar no meu anjo da guarda, aquele que me salvou de uma morte certa, e por isso estava-lhe eternamente grata.
E num gesto quase a medo, passou o braço forte pela minha cintura, puxando-me mais ainda para si, agora conseguia sentir a sua respiração, deixei-me levar, sentia-me bem se segura, queria mais. Os seus lábios aproximaram-se dos meus, quentes e havidos para me beijar, o sei beijo era ardente e ao mesmo tempo meigo. Pegou-me ao colo e dirigiu-se para a cama, deitando-me suavemente sobre os lençóis, ficou por instantes a observar-me e depois deitou-se ao meu lado, os seu beijos eram cada vez mais possessivos e isso agradava-me, pois subia dentro de mim um enorme desejo de ser possuída por ele, de o sentir dentro de mim, e ai sim estaria a entregar-se por completo.
Embora as suas mãos fossem grandes e rudes, o seu toque eras delicado, e tirou-me a roupa tão suavemente que quando dei por mim estava completamente despida e vulnerável á sua frente, entregando-me também. Ao despir-se reparei que as cicatrizes não ficavam pelo rosto o seu peito também estava marcado, passei os dedos por cada marca por cada ferida que tinha no seu tronco nu, num gesto desesperado de apaziguar a dor que possam ter causado, mais uma vez pegou na minha mão, mas desta vês para a beijar, estava agradecido por estar ali com ele, sem medo, sem julgamentos.

As suas carícias sobre a minha pele pareciam pétalas de rosas, deixavam-me extasiada e cada vez com mais desejo de o ter, de ser possuída por aquele homem que se esconde nas sombras. Como se estivesse a ler os meus pensamentos, colocou o seu corpo sobre o meu, deixando que eu sentisse toda a sua vontade de me penetrar, entrou sem aviso mas com delicadeza, um suspiro mudo saiu da minha boca, era como se tivesse ficado sem ar, queria parar o tempo e saborear aquele momento eternamente, agarrou-me nas mão e colocou-as atrás da minha cabeça, levantei a perna para o poder sentir ainda mais dentro de, e como o sentia, num vai e vem de prazer e luxúria, eu não queria parar, só queria mantê-lo ali quente e húmido, nunca até então tinha sentido algo assim, os meus seios pediam que o seu peito marcado se juntassem a eles, e partilhassem o mesmo calor, calor que saia do meu corpo em chamas, o meu ventre tremia de prazer absoluto a cada movimento do seu membro dentro de mim. A sua boca percorreu cada centímetro do meu peito desnudado, deixando um rasto de saliva quente elevando ainda mais a minha euforia. Encostou o seu corpo junto ao meu sem perder o ritmo dos movimentos, olhou-me nos olhos, e como o coração aos pulos, o êxtase chegou, fechei os olhos, e apercebi-me de que era ali que queria estar, com aquele homem, que nem o nome eu sabia. Na verdade nem o meu nome eu sabia, nem queria saber, o que importava era que tinha encontrado algo que nunca tinha sentido antes, e queria que ficasse comigo para sempre.
Depois de passar a euforia, disse-lhe quais eram as minhas intenções, ao que ele não se opôs, e decidimos que nunca iríamos procurar saber quem eu era, e viver o que tínhamos. Disse-me uma coisa que não vou esquecer, disse que, muitas vezes durante um orgasmo as pessoas têm revelações, que nessa altura o cérebro deixa de racionalizar a informação e mostra realmente aos nossos olhos o que sentimos, mesmo que tentemos contrariar é nos impossível, por isso ia-me deixar viver com ele aquela paixão, e que se algum dia a sua revelação fosse a de que teria de partir, não a prenderia, era porque tinha encontrado o seu caminho.
Se foi revelação ou não, não sei, o que sei é que até agora tenho vivido os momentos maravilhosos, ao lado do meu anjo, que deixou de se esconder nas sombras. O seu nome é Gabriel.


Por: Angélica Gomes.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Meu querido diário.




Estes últimos dias sem saberes de mim, não se podem dizer que tenham sido propriamente os melhores.
Após um mau jeito no ombro, que pensei que passa-se com uma massagem ou uma noite bem dormita, a coisa agravou-se e passou a uma inflamação que me apanhou as costas todas, e para não ficar por aqui, a coisa veio acompanhada de uma amigdalite, vá injecções, papas e descanso.
A dor já era muita, custava-me imenso fazer qualquer movimento, não estava bem nem de pé nem sentada, apenas deitada, o que para mim é frustrante já que estou sempre em movimento, mas não sei o que me custa mais, se as dores físicas se as que estavam dentro do meu coração.
Com a dor física aguento eu bem, alguns dias de repouso e uns comprimidos adequados e a coisa volta ao lugar, mas e o resto…
Fiquei desiludida com a atitude de pessoas a quem estava a depositar confiança, amizade e se calhar um pouco mais. Ainda por cima doente e com falta de algum apoio e atenção, estava esperançosa de que algo bom poderia acontecer e poderia fazer com que as dores me dessem uma trégua, afinal só aumentaram…infelizmente ou felizmente é assim que aprendemos, neste caso não devia ter criado tanta expectativa.
Mais uma vês desapontada, mais uma vês desiludida e triste, isto já se vem a tornar uma constante.
Tenho imensa pena de que as coisas tenham tomado este rumo, que não me tenham tão pouco dado uma oportunidade, tenho maior pena ainda de como sempre dar demasiado de mim.
Vou ver se para a próxima tenho mais cuidado, a única coisa que tiro disto tudo é que me vou tornando numa pessoa mais fria e menos aberta, algo que tenho medo que agrave mais…não há nada mais triste que um coração gelado.
Espero que nos próximos tempos as coisas melhorem e estou a torcer por isso, não só por mim mas também por alguém que também esta a precisar de apoio, e custa-me muito não poder fazer mais nada, apenas rezar e esperar. Uma espera que agoniza, mas que tenho a certeza que no fim, tudo vai correr bem, e os sorrisos vão voltar a ser o que sempre foram.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Lembras-te?


Lembraste de mim?
De tudo o que dissemos, de tudo o que vivemos, das nossas noites de paixão e loucura, das noites em que fizemos promessas que esquecemos no dia a seguir?
Lembraste daquela noite em estávamos os dois pendurados num ramo de uma árvore, sem saber como fomos ali parar, naquela noite prometemos que só voltaríamos a fazer amor com alguém que realmente amássemos, e que chegava daquele jogo de sedução e sexo sem consequência e compromisso, foi a maior mentira das nossas vidas.
Foi nessa noite em descobrimos que sempre nos amámos, entre uma gargalhada e outra, os nossos olhos cruzaram-se e tudo mudou, as coisas ganharam outra dimensão.
Aí, eu dei-me conta de que nunca tinha reparado no teu olhar, era meigo e gentil, o meu coração começou a bater disparatadamente que cheguei a ficar tonta e pedi para descermos da árvore.
Já no chão ajudaste-me a descer, fazendo-me deslizar através ti, como que para me amparar, já o tinhas feito diversas vezes mas desta vez havia algo mais, eu consegui sentir o calor que exalavas por cada poro do teu corpo, os nossos rostos encontraram-se novamente e a situação tornou-se comprometedora, deliciosamente comprometedora. Toquei o teu rosto suavemente, apetecia-me sentir a tua barba, a tua pele ou simplesmente fazer um carinho, não estava a compreender o que se estava a passar entre nós, mas uma onda de calor invadiu o meu estômago e fiquei nervosa, nervosa perante um homem que já tinha sido meu imensas vezes, o que é que estava sentir não sei mas estava gostar.
Apertaste-me contra ti e nem sequer resisti, nem queria só me apetecia sentir-te dentro de mim, mas não como das outras vezes, desta vês queria manter –te comigo o mais tempo possível. As tuas mão deslizaram pela minha camisa de seda desabotoando cada botão como se fosse uma pedra preciosa delicada, sempre sem desviar o olhar do meu, encheste as tuas mão com os meus seios, de uma maneira tão deliciosa e suave que quase parecia uma pluma a tocar-me. Estava extasiada com o momento e não queria que acabasse, apenas queria mais, queria prolongar aquela sensação de finalmente estar a fazer amor e não sexo.
O teus lábios forma de encontro aos meus, beijando-me ardentemente e com paixão, envolvendo-me num rodopiar de emoções que desconhecia que um simples beijo poderia dar. Não consegui resistir mais e enrolei-me nos teus braços, queria que sentisses como me deixavas, os meus seios a tocar a tua pele excitava-me ainda mais, afaguei-te e senti que também estavas excitado, tremíamos os dois parecia a nossa primeira vez, mas deixámo-nos levar nesse turbilhão de emoções desconhecidas.
Deitados na relva, pousaste sobre mim todo o teu calor, quase como uma febre, as minhas pernas envolveram-te fazendo subir a minha anca e preparando-me para te receber dentro do meu intimo ser, e gozar aquele momento de descoberta, penetraste-me devagar e isso fez com que o prazer fosse maior e mais duradoiro, um som abafado saiu da minha boca sedenta de paixão, os movimentos eram lentos e regulares e eu delirava por mais, e mais, e mais, todo o meu corpo exalava sensualidade e excitação, deixando-te cada vez mais louco, até que não conseguimos aguentar mais aquele frenesim e explodimos num turbilhão de espasmos.
Depois dessa noite nunca mais fomos os mesmos, sentimos medo do que estávamos a sentir, tudo era novo, e decidimos que o melhor era afastarmo-nos durante uns tempos, só até sabermos o que fazer, e os dias transformaram-se em meses e os meses em anos.
Agora escrevo-te para que te lembres de mim, de nós, e para que saibas que eu soube o que fazer com o que sentimos naquela noite, guardei-o para mim e só para mim e todos os dias a recordo, assim descobri que realmente te amava e que aquele momento é nosso só nosso e ninguém nos pode tirar.
Lembra-te….



Por:
Angélica Gomes.
Não te dei só a minha mão
Dei-te a minha pele
O meu calor
O meu sentimento
Apertaste-a contar o peito e fiquei nua
Apenas com o teu coração a bater na minha mão
Desenfreado e forte
Quente e possessivo
Abraça-me veste-me
Deixa-me sentir também as tuas mãos
A vestirem delicadamente o meu corpo
Suavizando a minha pele
Cobrindo-a e tomando-a como sua…


Por:Angélica Gomes.


Decidi escrever uma história na areia da praia
Bem junto do mar
Escrevi sobre ti e sobre mim
Sobre a lua e o sol
Sobre o mar e a terra
Escrevi sobre duas faces que se tocam
Sobre lábios que se unem
Sobre Deus e os Anjos
Quando estava a escrever o final
Uma onda apagou as letras timbradas
Deixando apenas as marcas
Do que podia ter sido
Uma grande historia de amor…


Por: Angélica Gomes

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

The lighthouse




May it be a lighthouse in the dark sea when your ship runs without a guide. Let the water’s carry you to a good port, and anchor your heart calm and peaceful in firm land.
Call me I will always be your arbour.

Nas estrelas







Chamo pelo teu nome ás estrelas
Num choro sufocado e silencioso
Que só os espíritos da noite conseguem ouvir
As minhas lamúrias fazem chorar as árvores
E enchem a corrente dos rios
Os pássaros acordam
E fazem coro nesta sinfonia de dor e agonia
Não existe fado nem ode mais triste que o meu canto
Quando clamo pela tua volta
Se os meus olhos secarem
Que sequem por teu amor
Que sequem por ti
Pois é por ti que eles choram
É por ti que eles chamam
É por ti que eles que eles procuram num céu negro
Iluminado pelo brilho das estrelas
Brilho que transforma cada lágrima minha num diamante
Frio e transparente
Dilacerando a terra ao cair
Abrindo uma ferida e deixando-a aberta
E mesmo sem sair uma gota de sangue
A dor é insuportável e agonizante
E não existe cura nem feitiço e que a feche
Só a tua volta
Das estrelas onde vives agora.
E de onde sorris para mim
Tentando apaziguar a minha alma
Fazendo-me acreditar que um dia
Um dia finalmente
Eu vou me juntar a ti
Num abraço eterno
E todas as lágrimas vão secar
E todas as feridas vão fechar
E o canto dos pássaros voltará a ser
Um hino de alegria e amor.

Por: Angélica Gomes

Chego a casa cansada, o dia não foi lá aquelas grades coisas, muita coisa a não correr bem, e as dores nas costas teimam em ficar, e a falta de atenção, ai dessa nem se fala. Sinceramente ando mesmo carente e essa carência já se anda a manifestar visivelmente. Se á algo que em mim que não me deixa mentir ou iludir seja quem for, são os meus olhos, essas lindas pérolas castanhas e arregaladas deixam transparecer tudo o que sinto, e o que sinto agora é falta de alguém com quem dividir esta carência, alguém olhe para mim e me veja, que converse comigo apenas e só, já me bastava.
Precisava de ter alguém que quando me sinto assim me abrace e me acolha, que me faça sentir melhor, que dê atenção, me oiça, que se deite ao meu lado e vele o meu sono, não quero compromissos e não exijo nada, apenas dar e receber, estou um pouco cansada de dar e estar sempre á espera de receber, e nada não vem nada.
Já se torna um pouco difícil sorrir, e os olhos que muita gente se habituou a ver brilhar, estão a ficar apagados e desiludidos.
E eu não quero apagar, mas já não sinto estimulo para tentar mais…esta a doer por dentro e fazer-se notar por fora…

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Na terra do nunca.


Eu sempre soube que vivia num mundo á parte, á parte de toda a existência á minha volta.
Hoje estava a ver um filme que comprei á já algum tempo, e que só agora me apeteceu ver, “Na terra do nunca”.
Toda a gente conhece a história do rapaz que não queria crescer dos seus companheiros e das suas aventuras, e assim como a terra do nunca também existem outros sítios mágicos, como a pais das maravilhas da nossa querida Alice, aquela que quando éramos crianças nos levou a conhecer um mundo irreal, e que tal como eu só ela o via, só ela sabia que existia e com lá chegar, e Ana dos cabelos ruivos, que quando queria fugir a mundo que parecia rejeitá-la, imaginava ser uma dama, bela e altiva que todos admiravam tudo, isso é bonito até crescermos e deixar-mos de acreditar…eu continuo a acreditar, e recuso-me a crescer.
Recuso-me a matar dentro de mim as fadas que tantas vezes me ajudaram e me tiraram de aflições, recuso-me a fazer desaparecer um mundo de magia que sempre me abrigou quando o medo e a vergonha assombravam-me, e apagar a imagem do príncipe que me vinha salvar, quando a esperança começava a desaparecer do meu coração.
Porque é que temos de nos esquecer de algo que foi tão importante na nossa vida, porque é que temos de deixar para trás uma terra onde a magia, o amor, a amizade e a crença, são tudo, e não sentimos falta de mais nada.
Tal como era criança, sou capaz de ficar horas a olhar para o vazio, como se costuma dizer, mas o vazio apenas esta aos olhos dos outros. Se olhassem com atenção para os meus olhos viriam que estão cheios de vida, e que passam diante deles imagens, imagens tão reais e verdadeiras que os meus sentidos chegam a tocá-las, a senti-las. E é ai que tudo começa, é ai que eles vivem e vêm chamar por mim. Saem por detrás das árvores e arbustos, miram-me com os seus grandes olhos, brilhantes e cheios de vida, querem me mostrar o seu mundo, e eu deixo-me levar pelas suas gargalhadas infantis, e tal como a Alice no pais das maravilhas, sigo o meu coelho branco, para onde me leva não sei, mas pouco importa se estou num lugar onde a magia pode acontecer, onde se pode viver o que se quer sem regras nem limites, e o meu coração é como humpty dumpty, um ovo que passeia pelo muro, e embora saiba que pode cair e partir-se por ser frágil, defende com garras as suas convicções. Tal como a Ana, quando me sinto rejeitada ou só, torno-me numa mulher mais altiva e dona de mim e consigo encarar cada problema com mais sabedoria e facilidade, e que as minhas lágrimas podem se tornar verdadeiros diamantes a brilhar sob os finos raios de sol.
E sei se deixar de acreditar que a magia existe, o meu mundo vai ao fundo, num oceano vazio e escuro, desprovido de amor, de alegria e felicidade.
São coisas que me enchem a alma, que me mantêm viva num mundo onde crescer é perder A terra do nunca, o Pais das maravilhas e os sonhos da Ana dos cabelos ruivos.
E sim, eu acredito…
Por: Angélica Gomes

Leve como a brisa



Estava uma noite quente, e anormalmente húmida, não me apetecia estar deitada na cama a olhar para o tecto á espera que o sono viesse. Levantei-me e vesti uma camisa branca de algodão sobre o meu corpo nu.
Abri as janelas do quarto de par em par e deixei entrar aquela brisa morna com um suave cheiro a jasmim, o ar fluiu sobre a camisa, fazendo-a colar sobre os meus seios e barriga suados, arrepiando-me por breves momentos. Involuntariamente, ao sentir que os mamilos estavam arrepiados comecei a ficar excitada. Decidi então sair um pouco para o jardim, e tentar refrescar-me para ver se me acalmava.
Sabia-me bem sentir a relva fresca nos pés, a brisa era um pouco mais amena no jardim do que na varanda, mas mesmo assim parecia que o fogo dentro de mim estava a ficar cada vez mais aceso, e uma vontade enorme de ser possuída crescia insanamente. De repente dou por mim a abrir os botões da camisa, queria sentir o vento a passar pelo meu corpo todo e envolver-me, parecia que sentia os seus dedos invisíveis a percorrerem cada centímetro de mim, suave e leve como só o vento é, tacteando o meu desejo de ser tocada e amada. E neste frenesim não reparei que estava as ser observada, mas tão pouco isso me interessava, só queria acalmar a chama que queimava cada vez mais por dentro e não deixava que aquele calor infernal passasse. Mas o aproximar de leve dessa pessoa fez-me despertar da febre, virei-me para ver quem era sem fechar a camisa, deixando que o estranho que anteriormente me observava na penumbra e que agora se revelava, vislumbrasse o meu corpo nu, e nem sequer me importava com isso, pois sentia-me bem assim O vento trazia o cheiro do seu perfume, que me envolveu de imediato, libertando em mim ainda mais desejo. Sem dizer nada, aproximou-se de mim, de tal maneira que conseguia sentir o bafo quente da sua boca. Mal conseguia ver o seu rosto, apenas quando levantou suavemente a cabeça para me olhar nos olhos, reparei nos seus, castanhos profundos. E que expressividade, o seu olhar estava cheio de desejo e paixão. Deixei que me tocasse, as suas mãos, começaram a percorrer o meu corpo, começando pelos meus seios rijos, descendo pelo meu ventre húmido, com as duas mão agarrou-me nas ancas, fazendo-me chegar mais perto do seu corpo, sentir o seu calor e o seu sexo desejoso de me penetrar, os seus lábios beijaram a minha boca suavemente, carnudos e suaves e com um leve sabor a menta, e o beijo tornou-se mais intenso e havido, as minhas mãos agarravam-no com força pela cintura quase enterrando as unhas na sua pele perfumada e macia, as suas carícias eram cada vez mais intensas sôfregas, deixando-me cada vês mais molhada.
Deitamo-nos na relva, e então penetrou-me com força e desejo enquanto se deliciava ao mesmo tempo a beijar os meus seios, eu gemia de prazer sem pudor, os movimentos eram cada vês mais fortes e estavam a deixar-me completamente descontrolada, até que numa explosão de sentimentos sensações, chegamos ao clímax, ofegantes de prazer.
Após este episódio cada um foi para seu lado, sem dizer nada, deixando apenas a vontade de repetir aquela loucura, sem compromisso e sem pudor, apenas prazer.


Por:
Angélica Gomes

terça-feira, 19 de agosto de 2008


Noites de lua cheia, perdidas numa busca incessante de prazer.
Brilhos de prata que encandeiam o olhar dos amantes
Feitiços lançados ao luar numa esperança vã
Beijo soltos na noite que tentam apaziguar as almas
Desejos despojados de vergonha
Corpos que se viciam na luxúria entregando-se ao luar
Os teus olhos que não saem da minha cabeça
Uns lábios que cobrem-me de carícias
As mão que tocam um corpo como que toca uma harpa
Soltando notas abafadas pelo gozo e paixão
Marcas de prazer
Tatuadas numa pele nua e clara
Olhares marcantes palavras ditas ao ouvido
Como um sussurro que te deixa inquietante
Brilha…
Brilha e deixa que me encante cada vez mais por ti
Lança-me um feitiço ó lua
E eleva-me até ti
Apaga esta chama que tenho comigo
Que teima em torturar o meu corpo
E me fere até á minha alma carente
Dá-me o teu afecto
Abraça-me
Aconchega-me no teu abraço frio de metal prata
Trazendo paz para dentro de mim
Adormecendo-me finalmente mais uma vês ao luar.

Por: Angélica Gomes.
(Dedicado á minha amiga NI)

In the arms of an angel.




I´m in the arms of my sweet angel, sleeping and resting finely. And all my fears and anger just went away. There is no time, no tomorrow, no beginning, no ending, just an existence and an eternal unconditional love and protection.

Guardians of souls.



Worriers, fighters, guardians of souls. Lights in the darkness, brightness in the mist. Walkers in the dust, carriers of messages. Divine faces, majestic wings.
Archangel’s, angels and protectors of souls, living among us and fighting for us, without fear.

Angels fall first




Why do angels have to fall, why do we have the temptation to fallow that faith?
Maybe we all were angels…fallen angels, being punished for the weaknesses of the flesh and force do drink and sweat the blood, as a payment of our disrespect.

Ensina-me a respirar.

Respiro fundo…fecho os olhos para sentir ainda mais o ar que inalo…expiro e o meu peito liberta todo o ar novamente, e não me sinto melhor, continuo a sentir um peso no meu peito, sei porque o sinto mas recuso-me a aceitar.
As saudades que sinto de ti são imensas, tantas que dói, nunca pensei que pudesse doer assim. Continuas agarrado na minha memória, na minha pele, dentro de mim, é difícil arrancar o teu cheiro a tua lembrança. O que me dói ainda mais é saber que não vales um único suspiro que dê, e que mesmo assim não encontro uma maneira de te apagar do meu destino. Ai… aquelas noites em que me perdi em cada beijo que demos e em cada carinho, cada palavra que saia das nossas bocas flutuavam até chegar aos nossos sentidos. Não me arrependo nada das loucuras que fizemos, a única coisa que me arrependo foi de não viver mais momentos como esses, em que parecia que nada mais importava, era como estivesse-mos numa redoma, onde tudo o que tínhamos estava protegido, e o que tinha-mos éramos apenas nós e os nossos corpos envolvidos numa energia cósmica.
Não me consigo controlar ao lembrar-me do calor da tua pele, do suor que libertava-mos e que nos colava um ao outro, dos ais abafados pelo prazer, suspiros mudos que saiam do fundo do meu ser, das minhas pernas envoltas no teu quadris, agarrando-te e querendo-te cada vez mais dentro de mim. As tuas mãos percorrendo cada centímetro da minha pele, estimulando ainda mais para o prazer. Os meus seios abocanhados com sede pela tua boda ávida, endureciam mostrando-te o quanto estava a gozar as tuas carícias. Os movimentos eram intensos e fervorosos, vorazes de tanta fome.
Sentir-te assim, era como entregar todo o meu mundo, deixar-me vulnerável e desprotegida, era como me perder num mar e deixar-me ir ao fundo sem medo, porque todo o ar que havia dentro de mim foi libertado no nosso leito de luxúria, já não precisava de respirar mais, a minha vida, o meu ar, era tudo teu, e não há entrega mais absoluta do que esta.
Não consigo respirar, e chamar pelo teu nome é a única coisa que me faz voltar a ter fôlego, e ter esperança que oiças o meu suplicio e venhas até mim, para ser de novo o meu porto de abrigo, o meu ar, o meu mar e o meu mundo…Ensina-me a respirar de novo.

Por:

Angélica Gomes

segunda-feira, 18 de agosto de 2008


Se eu puder olha dentro dos teus olhos
Tão profundamente como agora
E disser que te vejo e não que apenas olho para ti
Acreditas em mim?
Se eu poder tocar na tua mão
E dizer que te sinto
Não que apenas te toco
Acreditas em mim?
Se puder tocar os teus lábios e beijar te com paixão
E não apenas beijar te
Acreditas em mim?

Acredita no que sinto
E não naquilo que vês
O que está cá dentro
É minha alma que se entrega e é verdadeira
Aquilo que vês
É apenas um corpo um expressão um gesto vão
E não o que um toque
Um beijo
Ou um olhar mais profundo
Revelam de mim como verdadeiro


Se eu me entregar assim
Acreditas em mim?
Por:
Angélica Gomes

Suave como cetim


Numa tarde melancólica de domingo, resolvi sair de casa e dar uma volta.
Vesti um vestido de cetim azul, simples mas sedutor, sentia-me bem com aquela roupa, parecia a minha segunda pele, macia e suave. Enquanto caminhava pela rua, o vento suave que se fazia sentir, colava-me á minha segunda pele, fazendo com todas as minhas curvas ficassem definidas, e eu sentia-me cada vez mais sensual e sem notar comecei a ser o alvo das atenções pela rua, afinal uma tarde de domingo não teria de ser tão aborrecida.
Entrei num café para tomar qualquer coisa, estava cheio de gente, e um pouco barulhento, mas decidi ficar por ali mesmo. Havia uma mesa livre num canto recatado, onde só existiam duas mesas e uma delas era para mim. Sentei-me e o empregado veio tirar o meu pedido, pedi um chocolate quente, ao que ele estranhou visto estranhos no verão, mas não dei importância ao que aquele pedido poderia despertar.
Tirei do meu saco um livro que andava a ler, pensando que poderia me abster do barulho á minha volta e ler tranquilamente mais um capitulo, quando ouvi uma voz.
- A melhor das combinações é o chocolate e o cetim.
Levantei a cabeça para ver quem me dirigia a palavra, não vi ninguém.
- Não acha?
Virei-me para tras e lá estava ele, o senhor que ocupava a segunda mesa, olhava para mim e sorria suavemente.
-Peço desculpa mas conheço-o?
- Penso que não, mas isso não será nenhum entrave para o que poderá vir a acontecer.
Comecei a ficar nervosa, mas não desconfortável, aquele sorriso não revelava quais eram as intenções dele, e esse mistério começou a cativar-me, então sem saber porque decidi entrar no jogo dele.
- Penso que não. – respondi.
- Diga-me uma coisa porquê chocolate quente no verão?
- Já experimentou comer um gelado de inverno, a sensação e o prazer são muito mais intensos, é quase como um fruto proibido, sabe sempre melhor.
- Vejo que sabe do que está a falar.
- Assim como vejo que percebe de combinações. Sim o cetim e o chocolate são a combinação perfeita. O cetim sobre o corpo é como uma segunda pele, suave e sedutor, faz-nos sentir nuas, o chocolate é o reconforto interno.
- Reconforto interno?
- Sim, primeiro vem a visão de um liquido denso, escuro com uma aroma envolvente, depois o paladar, um sabor intenso, aveludado, que se dissolve na língua e escorrega pela garganta, invadindo o nosso interior, proporcionando momentos de verdadeiro e sublime prazer, um prazer que só nos pertence a nós, já que é possível não exteriorizar qualquer emoção, e podemos guardar esse clímax só para nós, é egoísta eu sei, mas não consigo resistir.
Ele ficou a olhar para mim, sem saber o que dizer, nem precisava, via-se nos seus olhos que gostaria de me provocar o mesmo prazer que o cetim e o chocolate me provocavam, e eu não me queria fazer de rogada. Falar assim deixou-me á vontade para fazer o que me agradasse mais, sem olhar para trás.
Enquanto beberricava o meu delicioso chocolate, caiu uma gota para o meu colo, o que chamou a atenção, olhei-o, e sem mais palavras dirigi-me á casa de banho, em frente ao espelho tentava limpar o chocolate, quando ele entra e tranca a porta atrás de si. Aproxima-se de mim e limpa o meu colo com a língua, quente e molhada. Agarra-me pela cintura e aperta-a, sobe suavemente o vestido de cetim, quase como uma carícia, para sentir o seu toque, involuntariamente as minhas ancas encaixam-se nas dele, e sinto todo o prazer e luxúria que me quer oferecer, e deixo deslumbrada que entre dentro de mim, como um prazeiroso momento achocolatado, só que sem poder controlar a emoção que me provoca espelho no meu rosto todas as sensações do momento.
E nesse vai e vem que mexe com todos os sentidos que existem no nosso corpo, aproxima-se o culminar de uma desconcertante aventura sensorial, que acaba envolvida em cetim com o doce sabor a chocolate.




Por: Angélica Gomes.