quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Silêncio


As palavras desaparecem, apagam-se tal como a brisa fresca da manhã apaga uma vela, o silêncio é a única coisa que fica, não é preciso mais nada…pois no abraço que foi dado nem mil e uma palavras poderão descrever as sensações que desfrutam. Não são só corpos, são expressão, gesto, um profundo mar de emoções, arrepios e suspiros, suor, pele, carne sedenta de desejo. Mãos que percorrem cada centímetro daquele ser inflamado, vigoroso. Os lábios são verdadeiras pérolas de prazer, inconfundíveis na sua textura, cor e sabor, uma língua quente e húmida que provoca ondas incessantes de prazer, espasmos e arrepios, incontroláveis e violentos, saem por todos os poros, como um turbilhão na maré alta. Os membros unem-se, encaixam-se, são perfeitos e perfeita é a sua união, suspiros, suspiros soltos no ar, gemidos abafados…olhos que não escondem o prazer e a sofreguidão, querem mais...o estado febril toma conta destas almas, estão dentro um do outro e dali não querem sair, dão as mão, apertam-nas, como se se pudessem unir ainda mais e com todas as suas forças. Contorcem-se numa esperança vã de conterem a explosão que está restes a culminar dentro deles, mas é impossível travar aquela energia que quer sair como um vulcão incandescente, os corpos contraem, estremecem, perdem o controlo e deixam que uma onda electrizante os percorra sem licença, sem pudor, sem vergonha, apenas puro e somente prazer.

Por: Angélica Gomes

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