terça-feira, 19 de agosto de 2008

Ensina-me a respirar.

Respiro fundo…fecho os olhos para sentir ainda mais o ar que inalo…expiro e o meu peito liberta todo o ar novamente, e não me sinto melhor, continuo a sentir um peso no meu peito, sei porque o sinto mas recuso-me a aceitar.
As saudades que sinto de ti são imensas, tantas que dói, nunca pensei que pudesse doer assim. Continuas agarrado na minha memória, na minha pele, dentro de mim, é difícil arrancar o teu cheiro a tua lembrança. O que me dói ainda mais é saber que não vales um único suspiro que dê, e que mesmo assim não encontro uma maneira de te apagar do meu destino. Ai… aquelas noites em que me perdi em cada beijo que demos e em cada carinho, cada palavra que saia das nossas bocas flutuavam até chegar aos nossos sentidos. Não me arrependo nada das loucuras que fizemos, a única coisa que me arrependo foi de não viver mais momentos como esses, em que parecia que nada mais importava, era como estivesse-mos numa redoma, onde tudo o que tínhamos estava protegido, e o que tinha-mos éramos apenas nós e os nossos corpos envolvidos numa energia cósmica.
Não me consigo controlar ao lembrar-me do calor da tua pele, do suor que libertava-mos e que nos colava um ao outro, dos ais abafados pelo prazer, suspiros mudos que saiam do fundo do meu ser, das minhas pernas envoltas no teu quadris, agarrando-te e querendo-te cada vez mais dentro de mim. As tuas mãos percorrendo cada centímetro da minha pele, estimulando ainda mais para o prazer. Os meus seios abocanhados com sede pela tua boda ávida, endureciam mostrando-te o quanto estava a gozar as tuas carícias. Os movimentos eram intensos e fervorosos, vorazes de tanta fome.
Sentir-te assim, era como entregar todo o meu mundo, deixar-me vulnerável e desprotegida, era como me perder num mar e deixar-me ir ao fundo sem medo, porque todo o ar que havia dentro de mim foi libertado no nosso leito de luxúria, já não precisava de respirar mais, a minha vida, o meu ar, era tudo teu, e não há entrega mais absoluta do que esta.
Não consigo respirar, e chamar pelo teu nome é a única coisa que me faz voltar a ter fôlego, e ter esperança que oiças o meu suplicio e venhas até mim, para ser de novo o meu porto de abrigo, o meu ar, o meu mar e o meu mundo…Ensina-me a respirar de novo.

Por:

Angélica Gomes

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