quinta-feira, 7 de maio de 2009

Um Café?

Estava a caminho do trabalho, e a pensar vagamente na minha vida pessoal a relação com o meu namorado estava a ficar cada vês mais desgastada e monótona, o sexo nem se fala, coisa mais aborrecida, nada de novo, era tão chata que já nem tinha grande vontade de tirar a roupa quando estávamos na cama. “bah para quê tirar a roupa” pensava eu, afinal a posição era sempre a mesma e o final sempre igual. Dei mais um golo no café que me escaldava a mão enquanto andava naquele devaneio.
A melhor decisão talvês seria acabar com aquela relação, aquilo já não ia muito mais longe…estava decidido, quando o Hélder chega-se a casa íamos conversar.
Entrei no escritório meio distraída e como consequência esbarrei no estafeta que como sempre entrava e saia a correr sem quase nunca ver-mos sequer a cara dele.
- Chica está quente? – resmungou a afastar a camisa da pele do peito, sem olhar sequer para a minha cara.
- peço imensa desculpa, não o vi.
- para a próxima veja por onde anda, se calhar estas coisas não aconteciam.
O seu tom não me agradou nada, e deixei a simpatia de lado.
- pois olhe que se você não anda-se sempre a correr de um lado para o outro sem sequer levantar a cabeça e olhar para as pessoas, podia também ter evitado este acidente.
O resultado da minha resposta furiosa não se fez esperar, levantou a cabeça e olhou-me nos olhos, confesso que até corei não estava á espera de ver o que vi naquele momento. Um jovem perto dos 25 anos, cabelos escuros e uns olhos verdes lindos, de fazer qualquer queixo feminino que se preze cair, e os lábios então que perfeição…
- parece que estamos quites então. – respondeu num tom de vos menos severo. – peço desculpa, ando sempre cheio de pressa e depois estas coisas acontecem, e u fui um pouco rude.
Não querendo mostrar a minha parte mais fraca ao ver aquele deus grego escondido numa pala de chapéu, tentei manter o meu timbre de voz.
- sim parece que sim. – instintivamente dei-lhe a mão e apresentei-me. Não sei porque o fiz, mas naquele momento não me apetecia nada que se fosse embora assim sem me conhecer, estava a ser um momento estranho.
- Verónica, o meu nome é Verónica.
- Miguel, ao seu dispor.
“Ao seu dispor”, não aquela era a palavra mágica, se aquele homem estivesse ao meu dispor não sei quem ficaria primeiro de quatro, acho que despertou qualquer coisa em mim assim mais selvagem, mas era melhor abafar aqueles sentimentos ou poderiam fazer-se notar apenas com aquele breve mas quente apertar de mãos.
- Verónica, já que derramei o seu café e fui muito pouco delicado á pouco deixe-me pagar-lhe um.
- claro! – eu aceitei nem queria acreditar no que estava a fazer. – mas agora é impossível vou trabalhar como pode ver
Um sorriso tímido deixou transparecer uns dentes tão brancos e perfeitos como marfim, atingindo agora a verdadeira perfeição de homem no seu mais alto estatuto.
- claro eu sei disso, eu também estou a trabalhar, sai as seis?
- sim saio.
- então venho ter consigo a essa hora e tomamos um café pode ser.
- combinado, nada mais justo que fumar o cachimbo da paz depois desta pequena guerra.
- então até logo.
Saiu porta fora e fiquei a olhar para a rua á espera de ver voltar aquele príncipe encantado e levar-me dali para fora. Cavalgar comigo, e transportar-me para verdadeiros espasmos de prazer. Mas a realidade caiu em cima de mim como uma montanha quando ouvi a minha colega a perguntar se estava tudo bem.
Fui para a minha secretária e comecei a trabalhar, telefonemas, e-mails, cartas, o dia á dia de uma escriturária, e assim o tempo foi passando. Não comentei com ninguém o sucedido, guardei aquele momento só para mim, e foi o que me deu animo para trabalhar o resto do dia, ouve alturas em que pensei que ele nunca iria ter comigo, que apenas estava a ser delicado e que depois telefonaria para desmarcar o café das seis com desculpa de que não tinha acabado a tempo as entregas. Decidi não pensar mais no assunto e espera para ver o que acontecia.

Antes de sequer voltar a pensar no assunto recebi uma chamada
- estou sim?
- Verónica está um senhor aqui em baixo á tua espera.
- um senhor! Que senhor Sofia?
- Sr. Miguel.
Devo de ter mudado de cor três vezes, pois a minha colega da frente ficou a olhar para mim com uma cara estranha.
- diz ao senhor que já desço está bem?
- ok. Até já.
Desliguei o telefone e fiquei uns bons minutos a tentar voltar a respirar quando caiu a ficha, agarrei nas minhas coisas e fui ter o meu encontro para um café.
Ao sair do elevador lá estava ele na recepção, a olhar na minha direcção e a sorrir.
- pensou que eu estava a brincar confesse.
- sim, não estava á espera de o ver aqui.
- peço desculpa pela roupa não tive tempo de a mudar, se o fizesse chegaria demasiado tarde para o encontro.
- não faz mal, fica-lhe esse uniforme. – esbocei pela primeira vês um sorriso, e pelo dele vi que o agradou.
Fomos até ao café, sentámo-nos e pedimos um café cada um, a conversa foi muito agradável ele surpreendeu-me muito, para os 23 anos que gozava, era uma pessoa com cabeça e sabia perfeitamente o que queria. Estudava e trabalhava, e por isso nunca tinha tempo sequer para um café, mas naquele dia disse que com o que tinha acontecido connosco, a sua arrogância, fê-lo ver que estava demasiado embrenhado no trabalho e na escola que se esquecera que era humano e que precisava de estar com outros humanos e viver, por isso decidiu convidar-me para tomar café e conversar um pouco.
- Fizeste bem és demasiado novo para entra nesse mundo de solidão e entrega ao trabalho.
- Não me julgue pela idade.
Quando disse isto fiquei com a sensação de que me queria dizer mais qualquer coisa, mas não quis estar a especular.
- Não te estava a julgar Miguel, não é meu habito faze-lo.
Ficou a olhar para mim de maneira um pouco indiscreta, estava fixo nos meus olhos e depois baixou o olhar para o meu colo.
- esta nervosa?
Negar seria o mais correcto, mas estava farta de ser correcta e decido assumir que ele me destabilizava.
- estou sim, e fazes alguma ideia porquê?
Ele sorriu e decidiu alinhar comigo, agora já não conseguia voltar atrás.
- sei sim. – estávamos com o olhar fixo um no outro, se estariam a ouvir a conversa ou não, isso pouco importava, o que estava em questão ali era o desafio.
- então diz.
-sou eu que te deixo assim, sem ar e louca de desejo.
- sim és tu. O teu corpo, o teu cabelo, os teus lábios, o teu cheiro.
- então sou um objecto?
- e que objecto.
- descreve.
- Um objecto de prazer, daqueles que nos matam a sede mas ao mesmo tempo nos faz querer mais e mais. Quero beijar a tua boca e sentir o gosto dos teus lábios, beijar a tua pele morena e senti-la em mim.
- E que mais?
-agarrar cada centímetro teu e deixar marcas, arranhar a tua cintura e sentir o teu membro firme nas minhas mãos, eu provo-te e dás-me o prazer.
- Agora é a minha vês.
Antes de falar chegou a cadeira para a frente e ficou com o rosto próximo do meu, sentia o seu bafo quente a percorrer o meu rosto e a entra dentro da minha pele. Pôs as mãos debaixo da mesa, agarrou a minha cadeira e chegou-me para a frente. Com as mão grandes agarrou as minhas coxas e apertou-as firmemente mas sem me magoar, mantive sempre os olhos fixos nele, não sabia o que esperar dali.
- Quero ter-te, tocar o teu corpo, sentir o calor da tua pele quando estás excitada.
Sem avisar, abriu delicadamente as minhas pernas mantendo-as abertas com as suas, não me mexi nem impedi que o fizesse, aquilo era a melhor experiencia porque estava a passar, e queria ir até ao fim.
- Quando uma mulher está excitada, entra num estado quase febril, a temperatura do corpo aumenta, a respiração acelera, os pensamentos saem descoordenados, muitas vezes de tal maneira que não consegue dizer ou pensar coerentemente.
Eu estava completamente inebriada com as suas palavras, bebias como se mel se tratasse, e queria mais. Enquanto falava, a mão desceu suave e delicada pela parte de dentro da minha coxa, tocou-me por cima da roupa interior.
- estás quente.
- não é essa a descrição que fazes de uma mulher quando está excitada?
- perfeito. – disse a sorrir e continuou a percorrer o meu sexo havido por ser acariciado.
Puxou as cuecas para o lado e tocou-me na carne escaldante e suada de desejo, sentia o seu dedo percorrer por todo o meu sexo, agarrei-me á toalha da mesa, estava a tornar-se incontrolável o que estava a sentir, mas não queria parar, sem tirar os olhos um segundo de cima de mim, continuou a acariciar-me com movimento lentos e constantes, e como era bom, ele sabia o que fazia e fazia-o bem, estava a conseguir levar-me á inconsequência.
- vou parar sabes que tenho de parar?
- eu sei, isto está a ficar perigoso.
- vamos embora daqui então.
- vamos para onde?
- até ao meu quarto, é aqui perto.
Saímos dali quase a correr, e dois minutos estávamos no quarto dele, pequeno mas aconchegante, o típico quarto alugado por estudantes, paredes cheias de livros e post it´s por todo o lado, senti-me novamente uma estudante por breve minutos. Sem que me desse conta, ele agarrou-me deu-me um beijo, muito intenso e quente, agarrou-me no rosto e disse que era linda, o que me fez ter ainda mais vontade de estar com ele e gozar de bons momentos. encostou-me á parede, abriu a minha blusa e beijou os meus seios rijos, subiu a minha saia e sem qualquer preparação senti a sua boca em mim, a língua percorria-me toda sem limites, era evidente o prazer que lhe dava fazer aquilo. Deixei-me levar pelas ondulações de prazer e gozei sem pudor.
Deitou-me na cama sem soltar as minhas ancas, tirou a roupa deixando ver um corpo bem torneado, o seu membro erecto entra dentro de mim fazendo-me soltar um grito abafado de prazer, o mais intenso que alguma vês senti, estar com a pele em contacto com a sua era tudo o que tinha imaginado durante todo o dia, até o cheiro e doce sabor dos seus lábios. Deixei de pensar e fui levada ao mais extremo dos extremos das ondas de prazer, marés perfeitas que enchem o meu corpo e saciam-no, qual oceano navegado por aventureiros.
Durante esta minha aventura, nem uma única vês que me lembrei do meu ex-namorado, descobri que existem muitas coisas para serem descobertas em mim, e para isso tenho agora o Miguel, o meu amigo e meu amante. Perfeito, belo e sempre á espera de uma nova aventura.



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